Uma das estampas mais clássicas da história da moda está em voga. Historicamente, se lembrarmos de todos os períodos de crise, a moda sempre olha para a sua essência e se renova.

Acredita-se que essa estampa tem origem escocesa, nas terras baixas por volta de 1880 e que inicialmente foi utilizada por pastores. Na Escócia, cada estampa de xadrez (utilizada no kilt masculino) representava um específico clã. Entende-se como clã o grupo de pessoas unidas por parentesco que é definido pela presença de um ancestral comum. Naquela época, usar o xadrez tartan de um clã do qual não se pertencia causava grandes conflitos, inclusive a morte. A adoção do Pied de Poule como um tecido neutro, foi uma solução estratégica para evitar conflitos e foi adotada por todos aqueles que não faziam parte de nenhum clã específico.

Mas na moda, acredita-se que sua primeira aparição foi com a Condessa de Seafield para equipar seus guarda caças. Mas no fim do século XIX, uma versão ligeiramente distinta foi adotada pelo Príncipe de Gales. Porque a padronagem popularizou-se mais, quando o Príncipe apareceu na edição 1934 da revista Vogue com ela. Por conta disso, a Pied de Poule era assimilada a alto padrão e foi adotada pela alta sociedade da época.

Mas foi eternizada por Coco Chanel, ainda na década de 30, que criou tailleurs inspirados nas peças do armário masculino, em tecidos grossos e invernais como o tweed. Também chamado de houndsteeth, esse tipo de estampa gráfica é perfeito para compor looks elegantes.

As peças ganham sofisticação e feminilidade. Uma boa forma de atualizá-la é montar uma produção com mix de estampas. Misturá-lo com outros tipo de xadrez, ou com outras padronagens clássicas como poás, florais ou listas. Se for tudo p&b melhor ainda!

Chanel - Fall 2019

Miroslava Duma